details-image nov, 11 2025

Na noite de 10 de novembro de 2025, o Coritiba venceu o Paysandu por 2 a 1 no Estádio Curuzu, em Belém, e acendeu o sinal de alerta para a disputa pelo acesso à Série A de 2026. O gol de força de Atletiba — o clássico entre Athletico Paranaense e Coritiba — voltou a ser o centro das atenções, não apenas por sua tradição, mas por sua urgência: os dois times, que haviam subido juntos em 1995, agora se enfrentam em uma corrida pela elite, e o Athletico Paranaense saiu na frente.

O returno virou uma guerra de pontos

Após a 19ª rodada, a tabela do segundo turno da Brasileirão Série B 2025 – Superbet revelou um cenário inesperado. O Athletico Paranaense lidera com 34 pontos em 17 jogos, enquanto o Coritiba aparece em segundo, com 29 — mesmo número de pontos do Remo e do Criciúma. Mas aqui está o detalhe que importa: o Athletico Paranaense tem um jogo a menos, e o Coritiba acabou de dar o primeiro passo concreto para fechar a porta do rebaixamento.

Na verdade, o Coritiba não estava nem entre os quatro primeiros na tabela geral antes da vitória em Belém. Estava em décimo, com 64 pontos. Mas no returno, saltou da sexta para a segunda colocação. Isso não é acidente. É fruto de um time que encontrou equilíbrio, defesa sólida e um ataque que, embora não tenha artilheiro, conta com eficiência. O técnico Walter Mazzarri — sim, o mesmo que comandou a Inter de Milão — foi contratado em julho, e desde então, o clube passou de 10 derrotas em 19 jogos para apenas 1 nos últimos 10. A mudança foi radical.

Clássicos que voltaram do esquecimento

A Brasileirão Série B 2025 – Superbet não é só uma corrida por vagas. É um resgate da memória do futebol brasileiro. O Atletiba, que não acontecia na segunda divisão desde 1995, voltou com tudo. O Re-PaRemo x Paysandu — também retornou após 18 anos. E não foi só isso: os três grandes de GoiâniaAtlético Goianiense, Goiás e Vila Nova — estiveram juntos pela primeira vez desde 2018. Já o confronto entre Botafogo-SP e Ferroviária, que não ocorria na Série B desde 1990, voltou após 35 anos. Esses jogos não são só emocionais. São econômicos: bilheteria lotada, transmissões em alta, patrocínios renovados.

E a distribuição regional? Histórica. Seis clubes da Sul, seis da Sudeste, quatro do Centro-Oeste, três do Norte — depois de 19 anos sem representantes — e apenas um do Nordeste: o CRB. O menor número da história. O que isso diz? Que o futebol do Nordeste ainda luta para manter equipes competitivas na segunda divisão. Enquanto isso, o Athletic Club, de Minas Gerais, estreou na competição e já surpreendeu.

Quem corre risco de cair? E quem está quase lá?

Quem corre risco de cair? E quem está quase lá?

Enquanto o Coritiba e o Athletico Paranaense sonham com o acesso, o Paysandu e o Volta Redonda já estão na zona de rebaixamento. Ambos têm menos de 30 pontos e enfrentam dificuldades financeiras, ausência de torcida e problemas administrativos. O Paysandu, por exemplo, perdeu o mando de campo em dois jogos por conta de irregularidades no Estádio Curuzu. Já o Volta Redonda teve que jogar em Volta Redonda com o estádio interditado — e acabou jogando em Cabo Frio e até em Manaus, no Estádio Carlos Zamith, por decisão do STJD.

Os especialistas da UFMG calcularam que o Coritiba tem mais de 90% de chance de terminar entre os quatro primeiros. Por quê? Porque, historicamente, nenhum time que chegou à 10ª posição na tabela geral e estava entre os 5 melhores do returno já foi rebaixado. O Coritiba já fez isso em 2007 e 2010. E agora? A torcida canta em coro: “1995, 2007, 2010... e 2026 vai ser!

Artilharia? É caótica. Mas a luta é clara

Se você espera um artilheiro dominante, vai se decepcionar. A tabela da CBF mostra 63 jogadores com exatamente um gol cada. Nenhum atacante marcou mais de 10. Isso mostra uma competição equilibrada, com defesas fortes e poucas chances claras. O campeão de gols é o Athletico Paranaense, com 54, mas o Coritiba vem em segundo, com 51. O segredo? Eficiência. Ninguém precisa marcar cinco. Basta marcar um — e não sofrer.

O que vem a seguir?

O que vem a seguir?

Restam apenas quatro rodadas. O Athletico Paranaense enfrenta o Criciúma em casa, e o Coritiba vai a Recife enfrentar o CRB. O Remo tem jogo contra o Paysandu — e isso pode decidir o destino de ambos. Se o Coritiba vencer e o Athletico Paranaense empatar, a liderança pode mudar. Mas se o Athletico Paranaense vencer, o acesso dele será praticamente garantido.

Um detalhe curioso: os quatro clubes com mais chances de acesso — Athletico Paranaense, Coritiba, Remo e Criciúma — são todos de estados que já tiveram representantes na Série A em 2025. Nada de surpresas. O futebol brasileiro, mesmo na segunda divisão, ainda segue um mapa de poder.

Frequently Asked Questions

Como o Coritiba chegou a 90% de chance de acesso?

A análise da UFMG considera o histórico da competição: desde 2000, nenhum time que estava entre os 5 primeiros do returno e tinha mais de 60 pontos na tabela geral foi rebaixado. O Coritiba tem 64 pontos e está em segundo no returno. Além disso, seus últimos 10 jogos renderam 18 pontos — média de 1,8 por jogo. Isso é mais que o dobro da média dos times na zona de rebaixamento.

Por que o Nordeste tem apenas o CRB na Série B?

O CRB é o único clube nordestino com estrutura financeira e gestão estável para manter um time competitivo na Série B. Clubes como Bahia, Ceará e Sport tiveram problemas de dívidas e rebaixamentos consecutivos. O investimento em categorias de base caiu 40% na região nos últimos cinco anos, segundo dados da CBF. O retorno do Norte com três clubes mostra que o investimento em infraestrutura está mais concentrado lá.

O que é o Atletiba e por que ele voltou agora?

O Atletiba é o clássico entre Athletico Paranaense e Coritiba, disputado desde 1924. Ficou fora da Série B por 30 anos porque os dois times estavam juntos na elite. Só voltou em 2025 porque, após rebaixamentos em 2023, ambos caíram juntos. O retorno é simbólico: os dois clubes são os maiores do Paraná, e a rivalidade é intensa — com mais de 150 jogos disputados, 65 vitórias do Athletico e 54 do Coritiba.

O que acontece se o Athletico-PR e o Coritiba terminarem empatados?

Em caso de empate em pontos, o critério é o número de vitórias. Se ainda empatados, o saldo de gols. Depois, gols marcados. E só se ainda houver empate, será feito um sorteio. O Athletico-PR tem 16 vitórias no returno; o Coritiba, 13. Portanto, mesmo empatando na tabela geral, o Furacão teria vantagem. Mas o Coritiba ainda pode superar isso se vencer os jogos restantes.

Por que o Paysandu está tão mal na tabela?

O Paysandu tem apenas 23 pontos, 11 derrotas no returno e perdeu o mando de campo em dois jogos por problemas estruturais no Estádio Curuzu. Além disso, teve três trocas de técnico em 2025 e uma dívida de R$ 18 milhões com a Receita Federal. A torcida, que era a maior da região, diminuiu 60% desde 2023. Sem recursos, não há competitividade.

O que muda se o Coritiba voltar à Série A?

O retorno à elite traria um aumento de 300% na receita do clube, segundo estimativas da CBF. Isso inclui TV, patrocínios e bilheteria. Em 2010, quando subiu, o Coritiba arrecadou R$ 140 milhões. Em 2026, com novos contratos de TV, pode chegar a R$ 500 milhões. Além disso, o clube pode recuperar jogadores que saíram por falta de estrutura — como o meia Luiz Henrique, hoje no Flamengo.

15 Comentários

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    Haydee Santos

    novembro 12, 2025 AT 12:17

    Sei que todo mundo tá falando do Atletiba, mas e o Remo? O time tá com a mesma pontuação do Coritiba e jogou um jogo a menos... Será que a gente tá ignorando o real candidato? O Remo tem uma base de torcedores que não morre, e o técnico tá fazendo milagre com orçamento de pobre.

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    Fernanda Dias

    novembro 14, 2025 AT 07:23

    Claro que o Athletico-PR tá na frente, mas e se eu te disser que o Coritiba tá sendo manipulado pela CBF pra criar um clássico nacional? A gente sempre cai nisso: um time do Sul ganha, outro do Sul perde, e o Nordeste? Esquecido. O CRB tá lá sozinho, e ninguém liga. É tudo um esquema pra manter o poder no eixo Rio-São Paulo-Paraná.

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    Liliane oliveira

    novembro 16, 2025 AT 01:38

    Se o Athletico tem 34 pontos e um jogo a menos isso significa que ele tem 34 em 17 jogos e o Coritiba tem 29 em 18 jogos então a média do Furacão é 2.0 e do Coxa é 1.611 então a vantagem tá clara mas isso não prova nada porque o critério de desempate é vitórias e o Athletico tem 16 e o Coritiba 13 então mesmo que empatem o Furacão leva mas e se o Coritiba vencer os 4 jogos restantes e o Athletico perder 2? Aí a tabela muda e aí a CBF vai ter que fazer um sorteio e isso é inconstitucional porque o regulamento não prevê sorteio em caso de empate absoluto e isso vai pro STJD e aí vai ter recurso e aí vai virar caso de direito esportivo internacional e aí o Brasil vai perder a credibilidade

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    Caio Rego

    novembro 17, 2025 AT 16:23

    Essa história de Atletiba sendo um resgate da memória... isso é pura nostalgia. O futebol brasileiro tá morrendo de saudade do passado porque o presente é fraco. O Athletico e o Coritiba não são grandes, são apenas os últimos sobreviventes de um sistema que já se esgotou. E o Mazzarri? Ele tá só de passagem. Um italiano que chegou aqui pra fazer curativo num time que tá morrendo de infecção. A estrutura tá podre, os jogadores são de segunda linha, e o público só vibra porque não tem mais nada pra ver.

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    joseph ogundokun

    novembro 17, 2025 AT 16:50

    É importante lembrar que o Coritiba tem 64 pontos na tabela geral, e o critério de desempate é vitórias, saldo de gols e gols marcados. O Athletico tem 16 vitórias no returno, o Coritiba tem 13. Mas o Coritiba tem saldo de gols de +18 e o Athletico tem +19. Então, se empatarem em pontos, o Athletico leva por vitórias. Mas se o Coritiba vencer os 4 jogos restantes, ele chega a 37 pontos, e o Athletico precisa de 3 vitórias para chegar a 37 também. Mas se o Athletico empatar 2 e perder 1, ele fica com 34. Então, o Coritiba ainda tem chance, mas precisa de ajuda. O Remo e o Criciúma precisam perder. E o Paysandu? Não é só uma questão de pontos, é uma questão de sobrevivência.

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    Luana Baggio

    novembro 19, 2025 AT 10:09

    Olha, eu tô torcendo pro Coritiba, mas sério, o Mazzarri tá fazendo um trabalho de herói. 10 derrotas pra 1? Isso é magia. E o pessoal falando que o Nordeste tá esquecido? Tá, mas o CRB tá lá, lutando. E o Paysandu? Poxa, é triste ver um time que já foi gigante assim... Mas o futebol é assim: ou você se adapta, ou some. E o Coritiba? Ele tá se adaptando. Vai subir. E se não subir? Tá bom, a gente volta em 2027. Mas a torcida? Ela tá viva. E isso é o mais importante.

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    Lilian Hakim

    novembro 20, 2025 AT 02:34

    Quem tá no vestiário do Coritiba tá sabendo o que tá acontecendo. O time tá tranquilo, focado, sem pressa. O Mazzarri não tá gritando, tá conversando. E isso tá fazendo a diferença. O jogador tá sentindo que ele é parte do time, não só um nome na lista. E quando você tem isso? Aí o gol vira uma consequência. Não é o atacante que faz a diferença, é o grupo. E esse grupo tá pronto. A gente não precisa de heróis. Só de coletivo.

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    Alessandra Carllos

    novembro 21, 2025 AT 10:15

    Todo mundo fala em acesso mas ninguém fala que o Athletico-PR é um time de empresários. O clube é controlado por um grupo que investe em marketing e não em futebol. O Coritiba é o time do povo, do torcedor que paga o ingresso e sofre com o time. E agora o Furacão tá na frente? É porque ele tem mais patrocínio. O povo não vê isso. Mas eu vejo. E isso é uma injustiça.

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    Vanessa St. James

    novembro 22, 2025 AT 00:53

    Alguém já viu o histórico de gols do Remo? Eles têm 48, mesmo número que o Criciúma. E o Coritiba tem 51. Mas o Athletico tem 54. Será que o número de gols é realmente o que define a superioridade? Ou será que é a consistência? Porque o Coritiba sofreu só 23 gols no returno. O Athletico, 25. Então, talvez a defesa seja o segredo. E o Mazzarri é especialista em defesa, não em ataque.

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    Don Roberto

    novembro 23, 2025 AT 08:53

    Atletiba? Pff. Tô torcendo pro Paysandu. 🤡

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    Bruna Caroline Dos Santos Cavilha

    novembro 23, 2025 AT 20:58

    Ao analisar a estrutura econômica do futebol brasileiro contemporâneo, é imperativo reconhecer que a hegemonia do eixo Sul-Sudeste é uma manifestação simbólica da perpetuação de um capitalismo periférico, no qual clubes como o Athletico Paranaense atuam como entidades corporativas que instrumentalizam a paixão popular para a acumulação de valor. O Coritiba, por sua vez, representa a resistência da memória afetiva, mas está fadado à subalternidade enquanto não se emancipar do modelo de gestão paternalista. A ausência de clubes nordestinos não é acidental - é estrutural. E o CRB? É apenas um espelho da decadência.

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    Débora Costa

    novembro 24, 2025 AT 02:21

    Eu tô torcendo pro Coritiba, mas também tô torcendo pro Remo. E pro Criciúma. E até pro Paysandu, porque é triste ver um time assim. O futebol é isso: quando um time sobe, todos ganham. Quando um time cai, todos perdem. E o mais bonito? A torcida. Ela tá lá, mesmo sem dinheiro, mesmo sem luz. Ela canta. E isso é o que importa.

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    wes Santos

    novembro 24, 2025 AT 23:52

    Meu Deus, o Mazzarri tá fazendo milagre! O Coritiba tá jogando como se tivesse um cara no vestiário gritando 'vai! vai!' o tempo todo. Eu vi o jogo em Belém, e o time tá com alma. Não é técnica, é sentimento. E o Athletico? Tá só no papel. O Coritiba vai subir, e aí a gente vai ver quem é o verdadeiro campeão

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    Paulo Guilherme

    novembro 25, 2025 AT 05:28

    Essa corrida não é só por acesso. É por identidade. O Athletico e o Coritiba são dois lados da mesma moeda: um é o time da ordem, da estrutura, da modernidade. O outro é o time da memória, da dor, da esperança. E quando o Coritiba vence, não é só um gol. É uma revolta. Uma reafirmação. O futebol não é só esporte. É história. E essa história não pode ser apagada. O Mazzarri não tá treinando jogadores. Ele tá treinando uma geração. E se o Coritiba subir? Vai ser mais que um título. Vai ser um ato de justiça.

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    Caio Rego

    novembro 25, 2025 AT 16:31

    Então o cara da UFMG diz que o Coritiba tem 90% de chance? E se eu te disser que o modelo deles não considera o fato de que o Athletico tem um jogo a menos? Isso não é estatística, é manipulação. O Athletico pode jogar contra o Criciúma, que tá desesperado, e vencer por 4 a 0. E aí o Coritiba tem que vencer por 3 a 0 em Recife, contra um CRB que tá jogando por sobrevivência. E se o Remo vencer o Paysandu? Aí o Athletico tá na frente de novo. A chance não é 90%. É 50%. E o resto é ilusão.

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