details-image out, 20 2025

Quando Rodrigo Paz, senador do Partido Democrata Cristão, recebeu a maior parte dos votos em 19 de outubro de 2025, a Bolívia entrou oficialmente na órbita da direita latino‑americana.

O pleito, realizado em todo o território boliviano, encerrou quase duas décadas de domínio do Movimiento al Socialismo (MAS), partido fundado por Evo Morales. Paz tomará posse em novembro e promete "capitalismo para todos" enquanto mantém programas sociais essenciais.

Contexto econômico que impulsionou a mudança

Nos últimos anos a Bolívia enfrentou inflação acima de 10 % ao ano, racionamento de gasolina e diesel, e queda de 22 % nas receitas de exportação de gás natural, segundo dados oficiais divulgados em setembro de 2025. Esse cenário foi o terreno fértil para a campanha de Paz, que denunciou o que chamou de "Estado tranca" e prometeu abrir espaço ao setor privado.

Quem são os protagonistas da disputa

Além de Rodrigo Paz, a corrida contou com o ex‑presidente Jorge \"Tuto\" Quiroga, candidato da Aliança Livre. Enquanto isso, o MAS, ainda liderado por Luis Arce, guardava esperanças de retomar o poder nas próximas eleições de 2030.

Repercussões regionais: o novo mapa da América do Sul

Segundo análise da revista Veja publicada em 20 de outubro de 2025, cinco países sul‑americanos já têm governos de direita: Argentina (Javier Milei), Bolívia (Rodrigo Paz), Equador (Daniel Noboa), Paraguai (Santiago Peña) e Peru (presidente interino José Neri). Essa guinada rompe a "onda rosa" do início dos anos 2000, quando partidos de esquerda dominavam a região.

Desafios imediatos para o governo de Paz

Ao assumir, Paz terá de equilibrar três demandas cruciais: estabilizar a economia, reconstruir instituições desgastadas pelo clima de polarização e gerenciar a transição do MAS para a oposição pela primeira vez desde 2006. Entre as medidas anunciadas estão a revisão dos contratos de gás, incentivos fiscais para pequenas e médias empresas e a modernização das Forças Armadas.

Política externa: aproximação com os EUA e relações com o Brasil

Política externa: aproximação com os EUA e relações com o Brasil

Na noite da vitória, Paz afirmou que buscará um "reaproximação estratégica" com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que preservará laços estreitos com o Brasil, apesar das divergências com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa postura pode redefinir acordos comerciais e projetos de infraestrutura na região dos Andes.

O que o futuro reserva para o MAS e a esquerda latino‑americana?

Com a saída de Evo Morales do cenário ativo, o MAS precisa reinventar sua agenda para voltar às urnas em 2030. Analistas apontam que a perda de apoio popular pode levar o partido a adotar coalizões mais amplas ou a focar em questões sociais como água e terra, tópicos ainda sensíveis para comunidades indígenas.

Resumo de fatos chave

  • Rodrigo Paz (PDC) eleito presidente da Bolívia em 19/10/2025.
  • Fim de 19 anos de governo do MAS liderado por Evo Morales.
  • Inflação >10 %, racionamento de combustíveis e queda de 22 % nas exportações de gás.
  • América do Sul conta agora com 5 governos de direita.
  • Paz promete "capitalismo para todos" e manutenção de programas sociais.

Perguntas Frequentes

Como a vitória de Rodrigo Paz pode afetar a economia boliviana?

O novo governo pretende abrir o mercado de gás a investidores privados e reduzir impostos sobre pequenas empresas. Se implementadas, essas medidas podem conter a inflação e revitalizar o setor exportador, mas riscos de corte em subsídios sociais ainda geram dúvidas entre sindicatos.

Quais são as principais diferenças entre o MAS e o Partido Democrata Cristão?

O MAS, fundado por Evo Morales, sustenta uma agenda socialista‑nacionalista, enfatizando controle estatal e direitos indígenas. O PDC, por sua vez, adota uma postura centrista‑direita, priorizando iniciativas de livre‑mercado, redução da burocracia e alianças com potências ocidentais.

O que a eleição boliviana significa para as relações da Bolívia com o Brasil?

Apesar da afiliação política divergente – Lula da Silva lidera o PT de esquerda –, ambos os países mantêm projetos de integração energética. Paz prometeu preservar esses laços, embora pressões internas possam levar a negociações mais rígidas sobre tarifas e investimentos.

Como a mudança de governo pode influenciar a política externa dos Andes?

Com cinco chefes de Estado conservadores, a região tende a alinhar-se mais estreitamente com os EUA em questões comerciais e de segurança. Isso pode gerar tensões com nações ainda governadas por partidos de esquerda, como Chile, que está em período eleitoral.

Quais são os próximos passos do MAS depois da derrota?

O partido planeja uma reestruturação interna, focando em renovação de lideranças e na defesa de direitos indígenas. Espera‑se que o MAS busque alianças com outras forças progressistas para manter relevância nas próximas eleições legislativas de 2026.

1 Comentários

  • Image placeholder

    Camila A. S. Vargas

    outubro 20, 2025 AT 22:55

    Ao observar a vitória de Rodrigo Paz, é impossível não enfatizar a oportunidade de renovação institucional que se apresenta. A perspectiva de um governo comprometido com o crescimento econômico pode inspirar confiança nas camadas empresariais. Além disso, a manutenção de programas sociais essenciais demonstra atenção às necessidades populares, o que, em minha opinião, ressalta um equilíbrio prudente. Encorajo o país a trilhar esse caminho com responsabilidade e transparência.

Escreva um comentário