details-image jun, 14 2025

Pressão cresce por rompimento com Israel após novo caso de violência

O debate sobre o papel do Brasil no conflito entre Israel e Palestina ganhou força depois de uma série de acontecimentos trágicos envolvendo cidadãos brasileiros e denúncias de violações graves de direitos humanos em Gaza. A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) elevou o tom e exige que o governo brasileiro não apenas suspenda acordos militares, como já fez, mas corte todo tipo de relação diplomática e comercial com Israel.

A situação se agravou quando Walid Khaled Abdullah Ahmed, jovem brasileiro-palestino que estava sob custódia israelense, foi morto em circunstâncias ainda pouco esclarecidas. O caso ganhou contornos ainda mais delicados porque veio à tona simultaneamente à detenção de ativistas de diversas nacionalidades na Coalizão da Frota da Liberdade, entre eles o brasileiro Thiago Ávila, todos impedidos de levar suprimentos humanitários à Faixa de Gaza.

A Fepal, entidade que tem feito seguidas denúncias de violações cometidas por Israel contra a população palestina, foi enfática: não há mais espaço para diplomacia tímida. Para a Federação, é preciso adotar a postura que países já tomaram em outros momentos graves da história recente, isolando política e economicamente Estados que violaram padrões mínimos de conduta internacional.

Protesto pede ação dura do governo federal

Nesse clima de indignação, organizações e movimentos sociais se mobilizam para um grande protesto neste domingo (15 de junho) na Avenida Paulista, em São Paulo. O objetivo é pressionar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a viralizar seu posicionamento, indo além da suspensão recente de um acordo de blindados com Israel e adotando medidas mais enérgicas, incluindo suspensão total de cooperação militar e até ruptura diplomática. Integrantes da Fepal afirmam que o momento exige coragem política, lembrando que outros países já tomaram atitudes drásticas diante de crises humanitárias de grandes proporções.

Os manifestantes prometem reforçar a cobrança para que o Brasil não se limite apenas a pedidos de soltura de ativistas e abertura de corredores humanitários para Gaza, mas que assuma protagonismo na denúncia da ofensiva israelense e exerça liderança entre os países do Sul Global.

Fontes ligadas ao Itamaraty indicam que o governo brasileiro avalia cenários e não descarta suspender outros acordos com Israel, mas existe resistência ao rompimento diplomático total. O tema é polêmico e divide até setores do Executivo e do Congresso. O governo, no entanto, tem adotado um discurso mais duro, relembrando sua tradição em pautas humanitárias e se alinhando a vozes internacionais que denunciam crimes contra civis palestinos.

Enquanto isso, do lado palestino e entre ativistas no Brasil, a sensação é de urgência: acreditam que cada dia de hesitação significa vidas perdidas e sofrimento prolongado em Gaza. O sábado promete ser de alta temperatura política nas ruas de São Paulo.

18 Comentários

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    joseph ogundokun

    junho 16, 2025 AT 07:23
    O Brasil precisa agir com clareza moral. Suspender acordos militares é um passo, mas não basta. Romper relações diplomáticas com Israel é a única postura ética diante de um genocídio em curso. Não podemos ser cúmplices por omissão. A história vai nos julgar.
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    Luana Baggio

    junho 18, 2025 AT 06:21
    Ah, claro... o Brasil vai virar o novo Cuba e cortar tudo porque um jovem morreu em custódia? 😒 Pelo menos temos um governo que não vira as costas pro povo palestino. Mas também não vira as costas pra realidade. A diplomacia não é um TikTok, amiga.
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    Lilian Hakim

    junho 18, 2025 AT 20:48
    Eu sei que parece utópico, mas acho que esse protesto pode ser o começo de algo maior. A gente tá cansado de discursos vazios. Se a gente encher a Paulista, o Itamaraty vai ter que ouvir. Não é só sobre Gaza, é sobre quem a gente quer ser como nação.
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    Haydee Santos

    junho 19, 2025 AT 11:42
    A Fepal tá operando num modelo de 'diplomacia de pressão' que é classicamente associado a movimentos de resistência não violenta. Mas o problema é que o Estado brasileiro não é uma ONG - ele tem alianças estratégicas, cadeias de suprimento, e um sistema de inteligência que não pode simplesmente 'cortar laços' como se fosse um unfollow no Instagram. O real desafio é transformar pressão moral em política de estado coerente.
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    Alessandra Carllos

    junho 20, 2025 AT 14:45
    Se o Brasil cortar tudo com Israel então por que não corta com a China que escraviza uigures e com a Índia que tem um governo fascista? Ah sim porque o Brasil é hipócrita e só se importa quando é moda na internet. A moralidade é só pra foto
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    Vanessa St. James

    junho 20, 2025 AT 17:37
    Será que o governo realmente entende o peso dessa decisão? Não é só sobre Israel, é sobre o que o Brasil representa no Sul Global. Se ele não agir agora, vai perder toda a credibilidade que construiu nos últimos anos.
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    Don Roberto

    junho 21, 2025 AT 21:03
    Isso tudo é só porque o Lula quer ser o 'presidente dos pobres' 😅 mas e se Israel tiver razão? E se for autodefesa? E se os palestinos forem os vilões? 🤔 #PensamentoCrítico
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    Bruna Caroline Dos Santos Cavilha

    junho 22, 2025 AT 04:01
    A ética internacional, enquanto paradigma normativo, exige que o sujeito coletivo - neste caso, o Estado brasileiro - se posicione como agente moral autônomo, desvinculado de interesses hegemônicos. A suspensão de acordos militares é meramente tática; o rompimento diplomático, por sua vez, constitui uma performática de soberania ética. Não se trata de política, mas de ontologia da justiça.
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    Débora Costa

    junho 23, 2025 AT 17:46
    Eu tô aqui há anos acompanhando isso. A gente não pode ficar só no discurso. Se o Brasil realmente acredita em direitos humanos, tem que agir. Não é só uma questão de solidariedade, é de dignidade. E o protesto vai mostrar isso.
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    wes Santos

    junho 24, 2025 AT 20:52
    O Brasil tem que cortar tudo sim! Nao pode ficar vendendo armas pra quem mata crianca! Isso é crime contra a humanidade e o governo ta dormindo!
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    Paulo Guilherme

    junho 25, 2025 AT 23:51
    Aqui não se trata de um conflito político. É uma guerra contra a memória. Contra a história dos povos que foram apagados. Israel não é só um estado - é um símbolo da colonização moderna. E o Brasil, que foi colonizado, que tem sangue indígena e negro nas veias, não pode se calar. Se calar, é como se dissesse que a dor de um povo é menos valiosa que um contrato de armas.
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    Yelena Santos

    junho 27, 2025 AT 17:46
    Acho que o governo está no caminho certo. Suspender o acordo foi um sinal forte. Agora é preciso cautela. Rompimento total pode ter consequências imprevisíveis. Talvez seja melhor pressionar por sanções multilaterais, com a ONU.
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    Vanessa Irie

    junho 29, 2025 AT 02:02
    Se o Brasil realmente quiser ser líder do Sul Global, não pode ter medo de ser incômodo. A diplomacia de pacote de café e abraços não resolve genocídios. O mundo está olhando. E se o Brasil não agir, vai ser visto como mais um país que escolheu o lucro sobre a vida.
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    Mariana Basso Rohde

    junho 30, 2025 AT 17:12
    Ah, então agora todo mundo que fala de Gaza é 'corajoso' e todo mundo que questiona é 'fascista'? Que simplicidade. O mundo não é preto e branco. E o Brasil não precisa ser o herói da Netflix para ser justo.
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    Ana Larissa Marques Perissini

    julho 1, 2025 AT 14:40
    Vocês acham que cortar relações com Israel vai salvar uma vida? Que ingênuo. O que vai salvar são os médicos, os alimentos, os hospitais. Mas não, é mais fácil gritar na internet e achar que você tá mudando o mundo. Enquanto isso, o Hamas continua usando crianças como escudos. E vocês nem citam isso. Porque é mais confortável.
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    Jéssica Ferreira

    julho 3, 2025 AT 13:32
    Eu acho que o protesto é importante, mas a gente precisa ir além. Precisamos de campanhas de conscientização nas escolas, nas universidades, nos sindicatos. O que acontece em Gaza não é distante. É parte da mesma luta por justiça que a gente enfrenta aqui. Nós podemos ser parte da mudança.
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    Rogério Perboni

    julho 5, 2025 AT 00:21
    Essa é a típica manobra de esquerda radical que quer destruir o Brasil. Israel é aliado estratégico. Não podemos permitir que grupos radicais nos forcem a abandonar nossos interesses nacionais. O Brasil não é uma ONG. É um país soberano.
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    Fernanda Dias

    julho 5, 2025 AT 12:31
    E se o Brasil cortar tudo e depois descobrir que Israel estava certo? E se for um erro histórico? E se os palestinos tiverem cometido atrocidades que ninguém fala? E se o mundo inteiro estiver errado? E se...?

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