Colômbia empata com Peru e aumenta jejum nas Eliminatórias da Copa
Por Marina Almeida / jun, 7 2025
O debate sobre o papel do Brasil no conflito entre Israel e Palestina ganhou força depois de uma série de acontecimentos trágicos envolvendo cidadãos brasileiros e denúncias de violações graves de direitos humanos em Gaza. A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) elevou o tom e exige que o governo brasileiro não apenas suspenda acordos militares, como já fez, mas corte todo tipo de relação diplomática e comercial com Israel.
A situação se agravou quando Walid Khaled Abdullah Ahmed, jovem brasileiro-palestino que estava sob custódia israelense, foi morto em circunstâncias ainda pouco esclarecidas. O caso ganhou contornos ainda mais delicados porque veio à tona simultaneamente à detenção de ativistas de diversas nacionalidades na Coalizão da Frota da Liberdade, entre eles o brasileiro Thiago Ávila, todos impedidos de levar suprimentos humanitários à Faixa de Gaza.
A Fepal, entidade que tem feito seguidas denúncias de violações cometidas por Israel contra a população palestina, foi enfática: não há mais espaço para diplomacia tímida. Para a Federação, é preciso adotar a postura que países já tomaram em outros momentos graves da história recente, isolando política e economicamente Estados que violaram padrões mínimos de conduta internacional.
Nesse clima de indignação, organizações e movimentos sociais se mobilizam para um grande protesto neste domingo (15 de junho) na Avenida Paulista, em São Paulo. O objetivo é pressionar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a viralizar seu posicionamento, indo além da suspensão recente de um acordo de blindados com Israel e adotando medidas mais enérgicas, incluindo suspensão total de cooperação militar e até ruptura diplomática. Integrantes da Fepal afirmam que o momento exige coragem política, lembrando que outros países já tomaram atitudes drásticas diante de crises humanitárias de grandes proporções.
Os manifestantes prometem reforçar a cobrança para que o Brasil não se limite apenas a pedidos de soltura de ativistas e abertura de corredores humanitários para Gaza, mas que assuma protagonismo na denúncia da ofensiva israelense e exerça liderança entre os países do Sul Global.
Fontes ligadas ao Itamaraty indicam que o governo brasileiro avalia cenários e não descarta suspender outros acordos com Israel, mas existe resistência ao rompimento diplomático total. O tema é polêmico e divide até setores do Executivo e do Congresso. O governo, no entanto, tem adotado um discurso mais duro, relembrando sua tradição em pautas humanitárias e se alinhando a vozes internacionais que denunciam crimes contra civis palestinos.
Enquanto isso, do lado palestino e entre ativistas no Brasil, a sensação é de urgência: acreditam que cada dia de hesitação significa vidas perdidas e sofrimento prolongado em Gaza. O sábado promete ser de alta temperatura política nas ruas de São Paulo.