Regime Semiaberto: tudo o que você precisa saber

Se você já ouviu falar de regime semiaberto, sabe que ele costuma aparecer nas notícias quando algum preso ganha a chance de trabalhar fora da cadeia. Mas, na prática, como ele funciona? Nesta página vamos explicar de forma simples quem pode solicitar, como é a rotina e quais são os limites. Tudo direto, sem juridiquês.

Quem pode pedir o regime semiaberto?

Para ter direito ao semiaberto, o condenado precisa cumprir parte da pena em regime fechado – geralmente, 1/3 se a pena for curta ou 1/6 se for maior. Além disso, ele tem que ter bom comportamento e não ter cometido crime grave dentro da prisão. O juiz avalia cada caso, considerando o histórico, o tipo de delito e a possibilidade de reintegração social.

Outro ponto importante: o interno precisa estar classificado como “apto”. Essa classificação verifica se ele tem condições de trabalhar fora sem representar risco à ordem pública. Se houver risco, a liberação pode ser negada ou limitada a atividades dentro da própria unidade penal.

Como funciona a saída para o trabalho?

No regime semiaberto, o preso tem direito a sair da prisão por até 8 horas diárias para exercer atividade laboral. O horário costuma ser definido pelo juiz e deve ser cumprido rigorosamente. Durante o período de trabalho, o interno tem que se apresentar ao empregador e, ao final do turno, retornar à unidade.

O empregador também precisa ser aprovado pelo órgão competente. Não é qualquer empresa que aceita. Normalmente, são empregos que não exigem contato direto com armas ou com ambientes de alto risco. O objetivo é gerar renda para o preso e facilitar a adaptação quando a pena acabar.

Vale lembrar que o salário do interno pode ser descontado em parte para pagar parte da dívida com o Estado ou para garantir as despesas da própria prisão. Ainda assim, a maioria dos internos usa o dinheiro para sustentar a família ou para se preparar para a vida fora.

Além do trabalho, o interno pode participar de cursos, terapia e outras atividades dentro da prisão. Essas oportunidades aumentam as chances de receber o benefício e ajudam na reintegração. Por isso, manter um bom comportamento e buscar aprendizado são estratégias que valem a pena.

Se o preso violar as regras – atrasar, faltar ao trabalho ou se envolver em confusão – o juiz pode revogar o regime semiaberto e colocar o interno de volta ao fechado. Por isso, a disciplina é fundamental.

Em resumo, o regime semiaberto funciona como uma ponte entre a prisão e a liberdade. Ele permite que o preso trabalhe, ganhe dinheiro e se prepare para a vida fora, mas sempre sob supervisão e com regras claras. Se você conhece alguém nesse caminho, a melhor coisa a fazer é incentivar o cumprimento das obrigações e o aproveitamento das oportunidades de estudo e trabalho.

Ficou com alguma dúvida sobre como solicitar o regime ou quais são os direitos? Consulte um advogado especializado em direito penal ou procure a defensoria pública da sua região. Eles podem analisar o caso e orientar sobre os passos necessários para garantir esse direito.

Por Thais Chanoft / out, 11 2024

STF Autoriza Progressão de Regime para Daniel Silveira: Decisão Marca Novo Capítulo

O Supremo Tribunal Federal, através de decisão do Ministro Alexandre de Moraes, autorizou o ex-deputado Daniel Silveira a cumprir sua pena em regime semiaberto. Condenado em 2022 por ameaças ao Estado Democrático de Direito, Silveira atendeu aos requisitos de progressão, como bom comportamento e pagamento de multa, além do apoio da PGR. A decisão implica em sua transferência para um regime menos restritivo.

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